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O que o Cuidador Deve Saber Sobre Úlceras por Pressão

O que o Cuidador Deve Saber Sobre Úlceras por Pressão

O que o Cuidador Deve Saber Sobre Úlceras por Pressão

Escaras, úlceras por pressão (UPP), úlceras de decúbito e feridas de cama são terminologias que se referem ao mesmo problema (não confundir com dermatites associadas à incontinência) e uma preocupação séria para cuidadores, quer sejam familiares, profissionais de saúde em ambiente hospitalar – como unidades de cuidados continuados – ou em estruturas residenciais para pessoas idosas.

Atualmente, UPP é o termo mais utilizado porque a pressão é a principal responsável por este tipo de feridas e pode, certamente, acontecer noutros locais para além do leito/cama. De acordo com a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), uma UPP “é uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de cisalhamento.”

Pessoas acamadas, ou que passam muito tempo numa cama ou cadeira e não conseguem mudar de posição autonomamente estão em risco. Uma pequena área irritada da pele pode não constituir uma grande preocupação para um adulto saudável e ativo, porém no caso do idoso, esse pormenor pode rapidamente transformar-se num grande problema de saúde.

Por que é que os Idosos Desenvolvem Úlceras Por Pressão?

As UPP são lesões da pele em áreas onde os tecidos subjacentes foram danificados e, muitas vezes, resultam numa ferida aberta e irritada.

Isto acontece quando o tecido é pressionado entre duas superfícies relativamente duras, como uma cama/cadeira e uma proeminência óssea. O resultado é, essencialmente, o equivalente na pele a um ataque cardíaco ou derrame: o fornecimento de sangue é interrompido nessa área e o tecido acaba por morrer.

Existem três causas para a interrupção do fluxo sanguíneo que provocam danos na pele:

  1. Pressão por estar sentado ou deitado durante muito tempo sem mudar de posição;
  2. Atrito ou fricção, que pode ocorrer durante as transferências, quando o corpo é deslocado por cima dos lençóis;
  3. Cisalhamento, que ocorre quando, por exemplo, o corpo de uma pessoa desliza de uma cama para uma cadeira e, nesse movimento, a pele desloca-se dos tecidos de suporte abaixo dela (rotura dos tecidos por deslocamento em planos diferentes).

Destas, a pressão é, de longe, a causa mais comum.

Pessoas paralisadas ou com problemas graves de mobilidade podem ser incapazes de se mover, mesmo subtilmente, para permitir o aumento do fluxo sanguíneo nas áreas comprimidas. Neste cenário, os idosos são os que apresentam maior risco porque, com a idade, a pele fica mais fina, perde elasticidade e torna-se mais frágil. Os cuidadores e familiares de idosos acamados, ou em cadeira de rodas, devem manter uma rotina de cuidados especiais, para evitar a formação de úlceras por pressão. Deve haver uma preocupação constante em mobilizar a pessoa ao longo do dia, para minimizar os efeitos dessa incapacidade.

A transpiração de uma febre ou a humidade associada a problemas de incontinência também podem tornar a pele dos idosos mais fraca e com maior propensão para irritações. Existem vários fatores associados ao estilo de vida e a condições crónicas de saúde que afetam a circulação, a mobilidade e a perceção sensorial, o que também contribui para comprometer a integridade e saúde da pele. Os fatores de risco mais comuns são doenças como o cancro, acidentes vasculares cerebrais, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, diabetes, malnutrição, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença arterial periférica (DAP), insuficiência cardíaca e fraturas de quadril. Outros fatores como fumar, sofrer de incontinência urinária e fecal são também alguns dos fatores mais consideráveis ​​no desenvolvimento de úlceras por pressão.

Sinais de Alerta para a Integridade da Pele

Se as áreas de irritação da pele forem detetadas atempadamente, a intervenção dos cuidados adequados pode interromper ou retardar o desenvolvimento de feridas abertas e dolorosas. Essa análise e a intervenção são fundamentais, uma vez que as feridas podem tornar-se muito profundas e até infecionar.

Os primeiros sinais de UPP aparecem quando a pele continua intacta. Os cuidadores, familiares e/ou profissionais de saúde devem inspecionar regularmente as pessoas à sua responsabilidade, para tomar uma ação antes da perda de integridade da pele. Ou seja, agir antes de se formar uma ferida que possa infecionar e causar problemas mais graves.

O cuidador deve prestar especial atenção aos sinais, como:

  • Alterações na cor da pele

Fique atento aos sinais de irritação da pele. As marcas podem ser azuladas ou roxas em indivíduos de pele mais escura e rosa ou vermelhas nos casos de pele mais clara.

  • Flutuações incomuns na temperatura da pele

O excesso de calor indica inflamação, enquanto o frio indica pouco ou nenhum fluxo sanguíneo para a área. Ambos são motivo de preocupação e investigação.

  • Alterações na consistência do tecido

As áreas afetadas podem parecer excecionalmente macias ou húmidas e diferentes do tecido circundante saudável.

  • Sensações incomuns

Dormência, queimadura, comichão, dor ou formigueiro geralmente ocorrem em áreas de risco quando uma ferida se está a desenvolver.

  • Bolhas ou Abrasões

Estas feridas, geralmente, significam que existe uma lesão superficial que pode piorar com facilidade.

  • Hematomas

Contusões profundas em áreas de risco, geralmente, indicam danos significativos abaixo da pele. Isto é comum acontecer após o idoso sofrer uma queda. Pode parecer um hematoma simples e desagradável, mas deve ser mantido sob observação cuidadosa, para o caso de se transformar numa ferida.

Locais Comuns para o Aparecimento de Úlceras Por Pressão

Algumas áreas do corpo tornam-se vulneráveis ​​para o desenvolvimento de úlceras por pressão devido a certas posições. Por exemplo, na posição sentada é mais provável causar feridas na zona das nádegas e nas costas de um idoso. Outra posição de alto risco é a deitada, que pode causar feridas em qualquer um dos seguintes locais:

  • No Sacro (o osso grande na base da coluna logo acima do cóccix)
  • No Cóccix
  • Nos Calcanhares
  • Nos lados dos quadris (mais especificamente, partes do fémur e as cristas ilíacas da pélvis)
  • Nos “Ossos sentados” pélvicos, onde o peso é colocado ao sentar (chamado de tuberosidade isquiática)
  • Nas costas, ao longo dos locais onde as vértebras se projetam
  • Em quaisquer áreas da cabeça que estejam em contacto com a superfície da cama, uma almofada, etc.
  • Outros locais incluem as orelhas, parte interna dos joelhos, tornozelos, ombros, omoplatas, cotovelos e qualquer outra área que possa ser pressionada contra uma superfície dura durante longos períodos. Estas lesões podem ser causadas por algo tão simples como uma perna contra a grade da cama ou um queixo apoiado na clavícula.

Como Prevenir as Úlceras Por Pressão

Existem produtos especiais, técnicas de posicionamento e acessórios que podem ajudar a prevenir lesões na pele. Contudo, o fator-chave é observar de perto a condição da pele, e de forma regular, para saber quando estas ferramentas devem ser aplicadas.

Medidas para evitar as UPP:

  1. Posicionamentos, pelo menos, a cada duas horas. Seguir um cronograma de posicionamento rigoroso é crucial ao cuidar de idosos com mobilidade limitada ou acamados. Dependendo das habilidades do paciente, isso pode incluir alternar de pé para sentado e/ou mover-se de um lado do corpo para as costas e depois para o outro lado quando estiver deitado.
  2. Proteger as áreas de risco com amortecimento extra. Por exemplo, colocar almofadas entre as pernas na cama, usar colchões especiais de pressão alternada ou acolchoar uma cadeira/cadeira de rodas com almofadas que, comprovadamente, diminuem a pressão ao longo do tempo, como as almofadas anti-escaras. Pesquise cuidadosamente os produtos de prevenção de úlceras de pressão antes de fazer uma compra, porque alguns podem não ser adequados e causar ainda mais danos e desconforto.
  3. Faça observações regulares (pelo menos diariamente) da pele nas áreas de maior risco.
  4. Mantenha a pele hidratada sem excesso de humidade. Aplicar suavemente os cremes certos, pode tornar a pele mais resistente. Os cremes barreira devem ser usados ​​regularmente após a mudança de absorventes de incontinência, para promover a integridade da pele.
  5. Mesmo que a humidade seja prejudicial, tenha em atenção que se houver áreas da pele excessivamente secas e fissuradas também há motivo de alerta. Para evitar inflamações e infeções, use produtos de higiene dermatologicamente testados e água morna no banho ou ao limpar áreas sujas. Para evitar rasgos na pele e outras lesões, evite movimentos agressivos, como esfregar, ao ajudar um idoso a tomar banho, a secar e a hidratar.
  6. Faça refeições nutritivas que incluam proteínas, vitaminas e minerais. Não existe uma dieta para prevenir UPP, mas uma nutrição inadequada pode retardar ou interromper os processos de cicatrização e regeneração. A ingestão calórica também é importante para prevenir a perda significativa de peso. Pessoas magras tendem a ter menos gordura corporal, massa muscular e outros tecidos para ajudar a amortecer as áreas ósseas comummente afetadas. Por outro lado, o excesso de peso pode sobrecarregar os pontos de pressão do corpo. Manter o peso ideal é uma parte importante da preservação da pele.

Como Tratar Úlceras Por Pressão

No desenvolvimento deste tipo de feridas, é importante entender a gravidade da lesão para planear um tratamento adequado. As UPP são classificadas em fases gerais de acordo com a sua aparência.

Grau 1: eritema não branqueável em pele intacta

Pele intacta com eritema não branqueável numa área localizada, que pode ter outro aspeto em pele de pigmentação mais escura. A presença de eritema branqueável ou alterações na sensibilidade, temperatura, ou tugor pode anteceder alterações visuais. Alterações na cor não incluem descoloração arroxeada ou acastanhada. Estas podem indicar úlcera nos tecidos profundos.

Neste caso, para o tratamento da ferida, deve:

Aplicar CorpiTol Óleo 3 a 4 vezes ao dia e utilizar UrgoTul Absorb Border para diminuição das forças de pressão, fricção e cisalhamento. Monitorização regular da área danificada.

Grau 2: Perda parcial da espessura da pele com exposição da derme

O leito da ferida é viável, rosado ou vermelho, húmido e pode igualmente apresentar-se intacto ou com bolha serosa rebentada. Não é visível o tecido adiposo e/ou tecidos profundos. Sem presença de tecido de granulação, crosta ou tecido necrótico e escara. Estas úlceras são frequentemente o resultado de microclima adverso e lesões da pele na área pélvica e calcanhar. Esta categoria/grau não deve ser utilizada para descrever danos provocados por excesso de humidade (MASD), incluindo dermatite associada a incontinência (DAI), dermatite em áreas intertriginosas (ITD), lesões da pele relacionadas com adesivos médicos (MARSI) ou lesões traumáticas (fissuras da pele, queimaduras e abrasões).

Neste caso, para o tratamento da ferida, deve:

Border (versão “talón” para calcanhar e “sacro” para a zona sagrada) exceto para a opção UrgoStart Plus Border.

Proteger a pele per-lesional de maceração e quebras cutâneas.

Grau 3: Perda total da espessura da pele

Perda total da espessura da pele, na qual o tecido adiposo é visível na úlcera e onde se verifica tecido de granulação e contração dos bordos da ferida (“epibole”). Tecido necrótico ou escara podem ser visíveis. A profundidade dos tecidos danificados varia consoante a localização anatómica; áreas com bastante adiposidade podem desenvolver úlceras profundas. Pode existir tunelização/cavitação. Fáscia, tendão, músculo, ligamento, cartilagem e/ou osso não estão expostos. Se existir tecido necrótico ou escara, trata-se de uma úlcera que não se pode categorizar/graduar/classificar.

Neste caso, para o tratamento da ferida, deve:

– Penso secundário UrgoTul Absorb ou Absorb Border (versão “talón” para calcanhar e “sacro” para a zona sagrada).
– Se o osso for exposto, considerar o risco de osteomielite e referenciar para exclusão.
– Proteger a pele per-lesional de maceração e quebras cutâneas.
– Consultar a equipa de Tratamento de Feridas/ Comissão de Feridas.

Grau 4: Perda total da espessura dos tecidos

Perda total da espessura da pele e dos tecidos, com fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso visível ou diretamente palpável na úlcera. Tecido necrótico ou escara podem estar presentes. Verifica-se, frequentemente, retração das bordas da ferida (“epibole”) tunelização/cavitação. A profundidade varia consoante a localização anatómica. Se existir tecido necrótico ou a ocultar a extensão/profundidade, trata-se de uma úlcera que não se pode categorizar/graduar/classificar.

Neste caso, para o tratamento da ferida, deve:

– Penso secundário UrgoTul Absorb ou Absorb Border (versão “talón” para calcanhar e “sacro” para a zona sagrada).
– Se o osso for exposto, considerar o risco de osteomielite e referenciar para exclusão.
– Proteger a pele per-lesional de maceração e quebras cutâneas.
– Consultar a equipa de Tratamento de Feridas/ Comissão de Feridas.

Lesão por pressão nos Tecidos profundos: eritema não-branqueável persistente, com coloração avermelhada, acastanhada ou roxa

Pele intacta, ou não, com área localizada não-branqueável persistente, com coloração avermelhada, acastanhada ou roxa, ou separação epidérmica, revelando um leito da ferida escuro ou flictena preenchida com sangue. Alteração na dor e temperatura normalmente antecedem alterações na cor da pele, as quais podem apresentar aspeto diferente em pessoas de pele mais escura. Resulta de pressão e/ou cisalhamento intensos na interface osso/músculo. Pode evoluir rapidamente e revelar a verdadeira extensão dos danos, ou pode melhorar sem perda da espessura dos tecidos. Caso sejam visíveis tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas, isso indica perda total da espessura da pele e dos tecidos (úlcera inclassificável, categoria 3 ou 4). Não utilizar Lesão por Pressão nos Tecidos Profundos (LPTF) para descrever condições/situações vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas.

Neste caso, para o tratamento da ferida deve:

– Penso secundário UrgoTul Absorb ou Absorb Border (versão “talón” para calcanhar e “sacro” para a zona sagrada).
– Se o osso for exposto, considerar o risco de osteomielite e referenciar para exclusão.
– Proteger a pele per-lesional de maceração e quebras cutâneas.
– Consultar a equipa de Tratamento de Feridas/ Comissão de Feridas.

Úlceras Inclassificáveis: Perda total da espessura da pele e dos tecidos, ocultada por tecido necrótico

Perda total da espessura da pele e dos tecidos, em que não é possível identificar a extensão dos danos, devido à presença de tecido necrótico ou escara. Após desbridamento, será possível confirmar tipologia da úlcera, grau 3 ou 4. No calcâneo ou membro isquémico, a necrose/escara estável (isto é, seca, intacta e sem eritema ou flutuação), não deve ser suavizada ou removida.

Neste caso, para o tratamento da ferida deve:

– Penso secundário UrgoTul Absorb ou Absorb Border (versão “talón” para calcanhar e “sacro” para a zona sagrada).
– Se o osso for exposto, considerar o risco de osteomielite e referenciar para exclusão.
– Proteger a pele per-lesional de maceração e quebras cutâneas.
– Consultar a equipa de Tratamento de Feridas/ Comissão de Feridas.

Para concluir, a MedPartner será o seu parceiro, levando até si o que precisa para manter, ou até melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas com problemas inerentes à idade avançada. Para saber mais sobre soluções que ajudam a prevenir e a melhorar o estado de qualquer tipo de úlcera, não hesite em falar com a nossa equipa. Estamos deste lado para ajudar, em parceria com a URGO Medical.

A MedPartner tem-se juntado aos melhores parceiros do mercado para levar até si as soluções que melhor se adequam a cada tipo de condição em que a pessoa idosa se encontra. Neste caso, dicas úteis para quem necessita de ajuda para cuidar da pessoa idosa com risco de úlcera por pressão.



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